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Cientistas filmam ovulação pela 1ª vez com detalhes extraordinários
Cientistas da Alemanha registraram pela primeira vez o processo de ovulação do início ao fim em folículo de camundongo. Um vídeo do momento foi divulgado, e a descoberta está publicada na revista Nature Cell Biology.
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências Multidisciplinares visualizaram o processo completo. A ovulação em folículos de camundongos foi registrada em tempo real. O teste em animais é mais viável porque, no corpo humano, o ovário fica em local profundo, difícil de ser acessado para experimentos. Também não é possível prever qual dos dois ovários vai liberar o próximo folículo.
Foram identificadas três fases da ovulação. O folículo se expande, contrai e depois libera o óvulo. No primeiro momento, os pesquisadores trataram os folículos com ácido hialurônico para impulsionar a expansão. “Durante a ovulação, o fluido flui para os folículos, fazendo com que eles cresçam significativamente”, disse em comunicado Christopher Thomas, coautor do estudo.
Na segunda fase, células musculares lisas na camada externa do folículo fazem com que ele se contraia. A equipe testou bloquear a contração dessas células musculares, o que causou falha nos folículos. “Neste caso, a ovulação falhou”, comentou Thomas.
Por fim, o folículo se rompe na terceira fase, com liberação do óvulo e fim da ovulação. “A superfície do folículo se projeta para fora e eventualmente se rompe, liberando o fluido folicular, as células do cúmulo e, finalmente, o óvulo”, explica Tabea Lilian Marx, também coautora do estudo.
Visualizar como a ovulação ocorre abre caminho para novas pesquisas. O método de imagem ao vivo desenvolvido pelos cientistas permite que o processo seja estudado com alta resolução espacial e temporal, o que contribui para novos insights na pesquisa de fertilidade.
Para Melina Schuh, diretora do Max Planck e coautora, as descobertas mostram que a ovulação é um processo robusto. “Embora um estímulo externo seja essencial para desencadear a ovulação, os processos subsequentes operam independentemente do resto do ovário, pois todas as informações necessárias estão contidas no próprio folículo”, diz.
“Com nosso novo método, nós e outros pesquisadores podemos investigar mais a fundo os mecanismos da ovulação e, esperançosamente, obter novos insights para a pesquisa de fertilidade humana.” Melina Schuh, diretora do Max Planck.