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Criança baleada dizia querer morrer para reencontrar pai morto
O menino de 4 anos que foi baleado na noite de terça-feira (5) no Morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo, durante uma operação da Polícia Militar dizia que queria morrer para reencontrar seu pai, que foi fuzilado em fevereiro durante a Operação Verão. A informação foi relatada por Beatriz da Silva Rosa, mãe de Ryan.
A informação é do Metrópoles. Na época da morte de Leonel Andrade Santos, de 36 anos, a reportagem foi ao local exato onde ele e Jefferson Ramos Miranda, de 37, haviam sido mortos. Lá, conversaram com familiares das vítimas, incluindo a viúva de Leonel.
Segundo Beatriz, Ryan disse que queria morrer para reencontrar o pai. “Todo dia eu tenho que explicar. Todo dia eles perguntam do pai. Esses dias meu filho mais novo falou: ‘Mamãe, eu quero morrer’. Aí, eu desviei o olhar, tentei conversar de outra coisa para ver se ele se distraía. E ele repetia: ‘Mamãe, olha para mim, eu quero morrer, e tem que ser agora, porque eu quero ver meu pai’. ‘Filho a gente não pode antecipar isso, Deus vai preparar nossa hora e um dia a gente vai rever o papai, mas por enquanto a gente vai ter que caminhar’”.
Operação Verão
Leonel Andrade Santos, de 36 anos, pai de Ryan, foi morto por policiais militares com tiros de fuzil na mesma região em fevereiro, durante uma ação da Operação Verão. Ele tinha uma deficiência na perna e andava de muleta.
Apesar disso, os PMs envolvidos na ocorrência, do Comando de Operações Especiais (COE), disseram que ele estava armado e teria atirado. Jefferson Ramos Miranda, de 37 anos, amigo de Leonel, também foi morto. A ação ocorreu na Rua São Mateus, também em Morro do São Bento.
Familiares das vítimas afirmam que, após a execução, os policiais impediram uma equipe de socorro de chegar até os corpos. Segundo os relatos, Leonel e Jefferson foram levados para a Santa Casa de Santos já sem vida.
De acordo com os policiais, Leonel e Jefferson estavam armados e carregando uma sacola e, assim que notaram a presença dos PMs, teriam começado a atirar.