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Presa por perseguir médico fez 500 ligações em um dia e criou 2 mil números

A mulher presa por passar cinco anos perseguindo um médico em Minas Gerais chegou a ligar para ele mais de 500 vezes em um só dia. Jovem alega que vivia relacionamento com o homem, que nega envolvimento.
Além das ligações, Kawara Welch Ramos de Medeiros, de 23 anos, enviou 1.300 mensagens. Ela também cadastrou mais de 2 mil números de telefone após ser bloqueada sucessivamente pelo médico.
A artista plástica tentava contato de inúmeras formas. Ela enviava e-mails, perseguia na rua, ia até o local de trabalho da vítima e até na casa dele, em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.
Kawara fez ameaças contra a família do médico. O filho, que na época tinha 8 anos, foi procurado. “As ameaças eram no sentido de que se ele não falasse com ela, Kawara ia falar que eles tinham um caso e destruir o casamento dele”, explicou a advogada Danielle Medeiros.
Defesa do médico diz que os dois “nunca tiveram nenhum tipo de relacionamento”. A artista foi atendida pelo médico em 2018, em Ituitaba, e a partir de então passou a procurá-lo em todos os plantões médicos.
O que diz a defesa de Kawara
O advogado afirma que havia um relacionamento amoroso entre os dois. “Essa situação é comprovada por prints, provas testemunhais, que nunca foram valoradas corretamente pelo poder judiciário e pela autoridade policial”, garante Jean Fillipe Alves da Rocha.
Defesa afirmou que ela descumpria as cautelares, mas “não de forma unilateral”. “Ele também vinha atrás dela, nutria nela a vontade, o desejo e a paixão de ainda viverem um relacionamento”, contou.
Ela foi presa pela primeira vez em 2021. Após ser denunciada, a prisão ocorreu devido a perseguição e coação contra o homem, iniciadas em 2019.
Kawara agrediu a esposa do médico em 2023. A mulher foi arrancada do carro em frente a clínica do marido, e teve o celular e chave do carro roubados pela jovem. Ela foi presa em flagrante em janeiro daquele ano, mas foi solta após pagar fiança de R$ 3.600, devendo cumprir medidas cautelares.
Em março de 2023, foi decretada prisão novamente por descumprimento das cautelares. Ela, no entanto, estava foragida desde então, até ser presa no dia 2 de maio deste ano em uma universidade de Uberlândia, onde estudava nutrição.
No Brasil, ‘stalking’ pode levar à prisão
Lei que criminaliza o stalking (palavra para “perseguição”, em inglês) foi sancionada em abril de 2021. A punição é de prisão em reclusão de seis meses a dois anos e multa. Pena pode ser aumentada se o crime for cometido contra criança, adolescente ou idoso, e contra mulher por razões da condição de sexo feminino.
“O crime de stalking é definido como perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”, Artigo 147-A do Código Penal.
Com informações de UOL