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Venda de Zolpidem nas farmácias passa a ter maior controle
Foto: Reprodução Diarinho
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) implementou, desde 1º de agosto, novas regras para prescrição do medicamento zolpidem, utilizado no tratamento de insônia. A medida busca aumentar o controle e segurança no uso do sedativo-hipnótico devido ao potencial de abuso e dependência. Agora, todas as prescrições de zolpidem devem ser feitas com uma receita azul, que é mais rigorosa do que a receita branca anteriormente utilizada. Especialistas destacam que a procura pelo remédio teve “aumento considerável” após a pandemia.
O zolpidem, explica o médico psiquiatra Edson Gutemberg de Sousa, é um medicamento indicado para o tratamento da insônia de curta duração. Ele age no sistema nervoso central, ajudando a induzir o sono rapidamente e mantendo a duração do sono. “Quando você toma, ele vai lá nos centros cerebrais responsáveis pela melatonina e faz com que eles produzam esse hormônio do sono. Ele atua como indutor”, detalha o profissional, que também é diretor do Complexo de Saúde Prof. Severino Lopes.
Devido ao potencial de causar dependência, o uso do zolpidem é geralmente recomendado para períodos curtos, com acompanhamento médico rigoroso. A mudança visa garantir um acompanhamento mais detalhado e controlado do uso do medicamento. “Como toda medicação, ele tem efeitos benéficos e adversos secundário. Quando bem indicada e tomada da forma que o médico prescreveu há um controle, uma supervisão, tem o período para tomar e também para fazer o desmame, essa é a forma correta”, orienta.
E complementa: “Infelizmente, no Brasil, o pessoal é muito adepto à automedicação. Às vezes um amigo usa, tem bons resultados, indica para outro e começa a tomar de forma indiscriminada e isso é muito perigoso porque o uso não pode ser para toda a vida. Usar zolpidem não tira a estratégia da higiene do sono, você continua com horas normais para dormir, precisando se afastar de telas, redes sociais, que afastam o sono, tem todo um cumprimento que precisa ser seguido”.
Os médicos que prescrevem zolpidem devem estar cadastrados na autoridade sanitária local, que no Brasil é a Anvisa. Além disso, os profissionais médicos arcam com a responsabilidade das prescrições emitidas. E os pacientes já estão atentos às mudanças, diz a farmacêutica Nair da Silva. “Apesar de a mudança ser recente, os pacientes já estão trazendo os receituários corretos, o que indica também que os médicos estão atentos. No caso das prescrições feitas antes do dia 1º, no receituário antigo, elas podem ser atendidas até a validação da receita”, explica.
Ainda segundo a profissional, a atualização no controle da venda vai ao encontro de um aumento na procura, sobretudo após o período mais crítico da pandemia de covid-19. “Teve um aumento muito grande da procura sim, em relação ao ano passado e também num período mais amplo, como, por exemplo, em relação ao tempo antes da pandemia. Foi um período no qual o sono das pessoas foi bastante afetado, então acredito que isso tenha contribuído bastante para esse cenário que temos hoje, que inclusive demandou mais controle”, destaca.
Fonte: Tribuna do Norte